Minha história: da dor à reconstrução

Se alguém me contasse, anos atrás, que um dia eu estaria aqui, sóbria, em paz e com propósito, ajudando outras mulheres a recomeçarem, eu provavelmente não acreditaria.

Por muito tempo, a dor foi o meu endereço fixo.

O álcool e os remédios foram meus companheiros por 26 anos. Não por diversão, mas por sobrevivência. Durante esse tempo, vivi a perda do meu marido de forma brutal, grávida da minha segunda filha e com outra bebê de um ano nos braços. Sem rede de apoio, com um passado familiar carregado de abandono, dor e disfunção, eu afundei. E, muitas vezes, desejei desaparecer.

Mas mesmo na escuridão, havia uma fagulha que insistia em continuar.

No dia 29 de julho de 2014, tomei uma decisão. Não foi fácil. Não foi bonito. Foi dolorido, mas foi real. Eu disse “chega”. A Flávia que estava se destruindo não podia mais ser o modelo para as minhas filhas, e nem para mim mesma.
E ali começou a minha reconstrução.

Nesses 11 anos de sobriedade, mergulhei em estudo, formação e autoconhecimento. Me formei em coaching, mentoria, dependência química, gestão de pessoas, passei por Harvard, pela FGV, e pela escola mais difícil de todas: a vida. Escrevi um livro. Atendi mulheres. Criei uma metodologia. Encontrei minha missão.

Hoje, eu transformo minha dor em propósito.
E sei que você também pode.

Porque não importa o quão fundo você tenha caído, existe recomeço. E ele começa com uma escolha.
A mesma que eu fiz naquele 29 de julho.
A mesma que você pode fazer hoje.

Você não está sozinha. Eu sei exatamente como é.
E estou aqui pra caminhar com você.

Com carinho,
Flávia Rocha